AS COISAS QUE NÃO ESTÃO ESCRITAS TAMBÉM MOVEM O MUNDO
Exposição de Gustavo Torrezan, Curadoria de Ícaro Ferraz
Classificação Etária: Livre
Casa do Olhar Luiz Sacilotto
ver mapaocultar mapaDia 24 de fevereiro de 2024 às 14:00; Toda ter, qua, qui, sex e sáb de 27 de fevereiro a 6 de abril de 2024 às 10:00
Preço: Grátis
Endereço: Rua Campos Sales, 414 , Centro, 09015-200, Santo André, SP
Descrição
A Casa do Olhar Luiz Sacilotto apresenta a exposição “As Coisas Que Não Estão Escritas Também Movem o Mundo”, do artista Gustavo Torrezan, com curadoria de Icaro Ferraz Vidal Junior. A exposição busca propor uma reflexão sobre como outras formas de expressão, além daquelas consagradas como meios de comunicação, também podem ser formas de construção e compartilhamento de saberes.Na presente exposição são apresentas as seguintes obras:
As coisas que não estão escritas também movem o mundo - Um painel de LED apresenta em looping a frase “as coisas que não estão escritas também movem o mundo” como uma espécie de sátira ou propaganda evocativa de seu avesso, ou seja, como referência para outros saberes, práticas, modos de firmação, inscrição e poder contra hegemônicos que também constituem e movimentam ontologicamente o mundo.
Nunca - Um letreiro de LED com o escrito \"nunca foi sorte sempre foi\" em looping continuo e sem espaçamento serve de base, de aparador, para objetos comumente utilizados em guerrilhas ou manifestações populares.
Força-força - As operações, relações, construções e funcionamentos no mundo são realizadas a partir de forças ativas que constituem os gestos de existência. Partindo dessa reflexão, o trabalho apresenta um desenho composto por emaranhado de linhas que remetem aos campos de força eletromagnéticos. Ele está emoldurado, porém, a pré-suposta neutralidade do vidro é anulada ao receber a gravação do código fonte - estrutura operacional para funcionamento de um site na internet - do buscador google, meio que atua como meio na busca e configuração de informações. A sobreposição criada acaba por evidenciar as diferentes forças ativas que engendram, tencionam ou influenciam nas constituições sociais contemporânea.
Ativo-passivo - O uso indevido do hasteamento de uma bandeira branca pode ser considerado crime de guerra pelos tratados internacionais. Considerada neutra, a bandeira branca pode representar paz entre sujeitos, territórios e instituições ou ainda, se hasteada em meio a uma batalha, pode decretar seu fim ou o rendimento auferido contra um poder maior. Partindo dessas premissas, Ativo-passivo – com suas bandeiras brancas sustentadas por um mastro oscilante, presos em uma bola preta de concreto – demonstra a inconsistência dos mecanismos de apaziguamento e conciliação, já que sugere a inexistência de qualquer estabilidade na estrutura de amparo. Ao evidenciar vetores antagônicos – o preto e o branco, o ativo e o passivo – a armação em destaque aponta para tensão entre estímulos opostos. Nesse sentido, dinâmicas de negociação sociocultural ou geopolítica, às quais o objeto faz menção, assumem um caráter de arbitrariedade e vicissitude, avisando ser governadas por forças específicas que as controlam externamente.
Recalcitrante - Composto pela articulação de diferentes materiais, o trabalho conforma uma dinâmica \"dialética\" que alude a natureza recalcitrante de forças que compõem os jogos de poder.
O Brasil pelo avesso - Uma flanela comumente utilizada para limpeza é base para recorte de figuras geométricas que na composição aludem a bandeira do Brasil. O gesto que gera o corte e dobra na superfície do tecido para remeter a bandeira busca aludir, de modo irônico, as práticas de configuração do Estado, especificamente aquelas em que é suprimido uma parte de suas ações ausentando-se promete para abarcar outras que, em síntese, só reforçam e atualizam a mesma operação de exclusão e favorecimento de determinados grupos e políticas.
Apropriando-se de um utensílio comumente utilizado em ambiente doméstico para limpeza, o trabalho chama atenção para o avesso do nacionalismo negligente que no marca seja historicamente ou contemporaneamente, um Brasil que não se encaixa na beleza verde-amarela de sua bandeira e seus demais símbolos nacionais.
União - Formando uma conjunção de vinte sete bases unidas que sustentam mastros e bandeiras apontando para diversos lados, União alude ao território nacional, conformado como projeto colonial. Numa suposta uniformidade de acomodação, fazendo uso do monocromático preto e poucos materiais, evidencia um conjunto linhas que se cruzam no espaço como diferentes linhas de força que sustentam lábaros cujo número alude à configuração do Brasil como Estado nação.
SERVIÇO:
ABERTURA: 24/02/2024, SÁBADO, DAS 14H00 ÁS 18H00
VISITAÇÃO: DE 27/02/202024 A 06/04/2024
HORÁRIO: terça à sexta-feira, das 10h às 17h / sábado das 10h às 15h
CASA DO OLHAR LUIZ SACILOTTO
Rua Campos Sales, 414, centro, Santo André