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Figueira – “Ficus macrophilla Desfontaines ex persoon"

sss Componente arbóreo de origem australiana, possivelmente plantada no século XIX quando parte do atual Bairro Jardim serviu para experiências de aclimatação de videiras e plantas ornamentais.

Horário de funcionamento: Segunda-feira a domingo, das 6 às 22h

Site:

Email: comdephaapasa@santoandre.sp.gov.br

Telefone Público: (11) 4436-3631

Endereço: Av, Dom Pedro II, 940, Parque Prefeito Celso Daniel, Jardim, 09080-000, Santo André, SP

CEP: 09080-000

Logradouro: Av, Dom Pedro II

Número: 940

Complemento: Parque Prefeito Celso Daniel

Bairro: Jardim

Município: Santo André

Estado: SP

Descrição

Esta figueira de origem australiana, da espécie “FicusMacrophillaDesfontainesexPersoon”, tem importante significado simbólico e afetivo em Santo André. Possivelmente esteja na paisagem desde os anos finais do século XIX, sendo testemunha de uma Santo André com características diversas das urbanas e industriais. Frederico Guilherme de Albuquerque, gaúcho, chegou a Santo André por volta de 1880 com a proposta de criar uma escola de vitivinicultura. Cultivou 58 mil parreiras, mas a proposta da escola não foi adiante. Ocupava vasta área do atual Bairro Jardim, dedicando-se a produzir sementes para o cultivo agrícola e aclimatar espécies exóticas, tanto animais como plantas. Dentre elas estavam árvores como a figueira tombada. O sítio, popularmente conhecido como Beliche, deveria ter como sede a área do atual Parque Prefeito Celso Daniel. Além da aclimatação, parte do sítio era também destinado para plantio de frutíferas, cereais, leguminosas comercializadas para consumo. Em 1891 F. de Albuquerque, como era conhecido comercialmente, pôs o Sítio Beliche à venda, pois iria atuar como administrador de parques públicos de São Paulo.

O sítio foi adquirido por Abílio Soares, comerciante, capitalista e proprietário de terras em São Paulo. Ele tinha ligação com a região por meio de Antonio Queiroz dos Santos, morador de Santo André, pois seus filhos eram casados entre si. Abílio Soares manteve o Beliche para cultivo de cereais, frutas e outros produtos, interrompendo, no entanto, a produção de sementes, videiras e plantas ornamentais. Era também espaço utilizado para veraneio da família, encontros festivos e políticos. No começo do século XX, com menor atratividade da produção agrícola no ABC, vendeu o Sítio Beliche a João Álvares de Siqueira Bueno. Em continuidade, o Sítio foi comercializado com os irmãos Pujol entre final dos anos 1910 e início dos anos 1920 com vistas a lotear a área. Os loteadores, no entanto, reservaram a sede do Sitio Beliche que foi adquirida, provavelmente nos meados dos anos 1920 por Luiz Monteiro de Carvalho, que passou a denominá-la de Chácara São Luiz. Ali a figueira teve papel de destaque por seu tamanho e exuberância. Estava localizada junto à residência da chácara e era local de encontro dos familiares.

Nos meados da década de 1940 a chácara São Luiz foi vendida para a indústria General Electric que implantou ali o clube para seus funcionários, passando, então, a ser conhecida como “Chácara da GE”. Em 1973 a área foi desapropriada e transformada em parque público, denominando-se Parque Municipal Duque de Caxias (1977) e depois Parque Regional Duque de Caxias (1978). Em 25.02.2002 passou a denominar-se Parque Prefeito Celso Daniel.

Durante todo este período a figueira tem sido partícipe da trajetória de vida de muitos frequentadores tanto da Chácara da GE como depois do parque público. Com isso, agregou significativo valor de ‘marco referencial e afetivo da população’, sendo por esta razão tombada como patrimônio cultural de Santo André em junho de 1992. Trata-se do primeiro bem tombado pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André, COMDEPHAAPASA.

No momento do tombamento a árvore já apresentava sinais de que estava envelhecendo, o que foi sendo comprovado nas décadas subsequentes com a queda de grandes galhos entre os anos 2010-2020, causando, inclusive, a morte de uma frequentadora do parque. Apesar deste fato grave, a sociedade civil se manifestou por sua manutenção. Foi feita uma grande poda, a árvore foi cercada de forma a garantir a passagem de visitantes em segurança e foi aprovada a proposta de que a árvore fosse mantida sob os cuidados dos responsáveis até a total finalização de sua vida.