Total de Público 5000
Classificação Etária: Livre
Mais Informações: (11) 4992-7730
Acessibilidade:
Tradução para LIBRAS: Não
Áudio Descrição: Não
Espaço Permanente do Acervo de Arte Contemporânea de Santo André - Pinacoteca
ver mapaocultar mapaDiariamente de 21 de junho de 2022 a 29de janeiro de 2023 às 08:00; Todo dom e sáb de 25 de março de 2022 a 29 de janeiro de 2023 às 08:00
Preço: R$ 20,00
Endereço: Rua Juquiá, Sem número , Vila Eldízia, 09181-720, Santo André, SP
Descrição
Rastros: Pintura como arteA partir do acervo da Casa do Olhar, a exposição Pintura como arte irá apresentar um conjunto de trabalhos executados por meio da expressão artística mais consolidada e utilizada na história da arte, os visitantes poderão conferir diferentes tipos de conversões dos materiais da pintura em um meio ou veículo, e a maneira como esse meio foi manipulado para criar um significado, serão cerca de vinte e cinco obras de diferentes técnicas, materiais e suportes, desde as tradicionais “óleo e acrílica sobre tela”, passando por soluções mistas, sejam sobre o papel, madeira ou suportes menos convenciais.
O que o artista faz e o que o espectador vê
O que faz de uma pintura uma obra de arte? Alguns acreditam que é suficiente que ela seja declarada como tal por alguém que tenha autoridade reconhecida para tanto, outros porém, acreditam que um objeto é uma obra de arte por características intrínsecas, que podem ser detectadas subjetivamente.
Na pintura não há uma alternativa excludente entre visão ilusionista (a obra de arte como representação de algo) e visão literal (a obra como tela pintada). Olhar uma obra de arte é sempre um ver-em, que leva em conta simultaneamente a representação e o meio pelo qual essa representação se dá. Reconhecemos, num quadro, uma figura ou uma paisagem, não como uma figura ou uma paisagem real, e sim como nossa compreensão da obra, por elementar que seja, passa pela interpretação de uma intenção do artista. E o artista, por sua vez, produz na convicção de que poderá transmitir uma intenção para além dos hábitos linguisticos comuns - que serían suficientes para produzir um símbolo ou um sinal. Analisar uma obra, então, significa reconstruir esse diálogo a distância entre artista e espectador.
É preciso levar em conta a intencionalidade do artista, a relação entre o que o artista faz e o que o espectador vê. Tudo se passa no entre, nem representação nem um suposto real. Esse entre é índice de indeterminação, espaço contingente onde nasce toda relação, assim implicando o processo de transvaloração da arte, de modo que o que resulta não é mais nem a arte nem a vida empiricamente vivida, as vivências, mas outra coisa, talvez um além da arte. O entre é o lugar do intempestivo, pois o interessante nunca é a maneira pela qual alguém começa ou termina. O interessante é o meio, o que se passa no meio. É no meio que há o devir, o movimento, a velocidade, o turbilhão.
Transformar os processos da arte em sensações de vida, porque criar não é a tarefa do artista, sua tarefa é dar novos sentidos às coisas - que encontra ressonância e remete a Rimbaud e Breton: a arte não interessa, o que interessa é a vida.
Cada espectador poderá ter sua própria experiência com a pintura, porém, compreender essa experiência não significa parar aí. A experiência artística, por inebriante que seja, sempre aspira a ser compreendida - aliás, o entrelaçamento da experiência com a razão no campo da arte significa pensar, ver a obra que causa a experiência como o efeito de uma atividade intencional do artista. Essa atividade não deve ser entendida de modo demasiadamente estreito ou limitado. A intenção que motiva a atividade não deve ser colocada no mesmo nível, por exemplo, da intenção de produzir uma obra de arte - qualquer que seja ela. Pelos menos no contexto da arte, é preciso incluir na intenção os desejos, as crenças, as emoções, os compromissos, as aspirações do agente, aspectos que, além disso, têm uma influência causal no modo como ele trabalha.
Alguns desses faltores psicológicos nascem do fundo de sua psique; outros são impensáveis fora da história e da tradição da pintura, mas é importante notar que nenhum deles poderia influir na maneira como o artista trabalha, nenhum seria capaz de fazê-lo pintar desta ou daquela maneira, não fossem outras crenças de grande significação para ele.