Bens culturais de natureza material

Catedral do Carmo

Descrição curta

Templo onde se cultura a religião Católica Apostólica Romana.
Compõe-se de nave28 única, com capelas laterais. Possui estilo eclético, com reminiscências do gótico alemão.
A decoração interna foi feita pelos irmãos Enrico e Fernando Bastiglia.

Email Público: comdephaapasa@santoandre.sp.gov.br

Telefone Público: (11) 4436-3631

Descrição

Catedral do Carmo
categoria: edificação

localização: Praça do Carmo s/n, Centro

descrição do entorno: Praça urbanizada, com bancos, concha acústica, posto da polícia militar, bustos dos Padres Leonardo Nunes e Luiz Capra. Local de grande fluxo de pedestres e grande concentração de atividades comerciais e de prestação de serviços. Existe uma concha acústica, um posto policial, a casa paroquial, demolida recentemente para dar lugar a um edifício maior e, a Casa da Palavra, tombada como patrimônio cultural da cidade.

data de inauguração: 1958

descrição do bem: Templo onde se cultura a religião Católica Apostólica Romana.
Compõe-se de nave28 única, com capelas laterais. Possui estilo eclético, com reminiscências do gótico alemão.
A decoração interna foi feita pelos irmãos Enrico e Fernando Bastiglia.

histórico: A história de construção da Catedral do Carmo remonta ao ano de 1912, quando o Padre Luiz Capra, percebendo o “desenvolvimento grande que a Parochia tomava também nos arredores da estação ferroviária, pensou de levantar também ali uma Igreja.”29
A escolha da homenagem à Nossa Senhora do Carmo se deveu a ser ela a santa de devoção dos italianos, mais especificamente, dos napolitanos, que aqui residiam e já faziam as festas em honra à santa.
14.03.1917Antonio Queiroz dos Santos e esposa, D. Paulina Isabel de Queiroz, doaram à Mitra Metropolitana um terreno de 4.000m², avaliado em 4 contos de reis, próximo à estação ferroviária30;
29.07.1919 lançada a pedra fundamental para construção da igreja pelo Pe. Luiz Capra31. O Padre organizou uma comissão para cuidar da construção que ficou paralisada com sua morte (1920). A obra foi retomada com as doações das “famílias tradicionais” da cidade mas ela só chegou até o nível do piso, quando então Antonio Queiroz dos Santos fez outra doação significativa.32
1925 Bernardino Queiroz dos Santos tomou para si os custos da construção. Alterou-se a planta original para “dar uma forma mais artística sob a direção do Engº Pounchon”33;
1925 a Lei nº 244, de 31de outubro, autorizou a Prefeitura a declarar de utilidade pública uma área de 1.600,00m², de propriedade da Companhia Streiff de São Bernardo: “por um lado na extensão de 80m com o largo da nova matriz; por outro na mesma extensão de 80m com terrenos dos proprietários; pela Rua Albuquerque Lins na extensão de 20m; e, pela Rua Dr. Campos Salles na mesma extensão de 20m.”34
dez/1925 celebração do primeiro natal na igreja;
1927 a Lei nº 254, de 5.03.1927, dá a denominação de Praça do Carmo à ” área doada para a construção da Igreja do Carmo”, tornando-se a primeira oficializada da cidade;35
05.07.1928 o Pe. Domingos Canestrini assume a paróquia com o projeto de “acabar os trabalhos da Igreja e organizar religiosamente os seus
28 Espaço da igreja que vai desde a entrada até a capela-mor, ocupando total ou parcialmente o corpo do edifício.
29 Revista “Mensangeiro Parochial”. A Parochia de S. André no seu 25º anno. Novembro – dezembro de 1936, pg. 6.
30 Idem.
31 Idem, pg. 06.
32 Consta que foi de 400 contos de réis, uma fortuna para a época.
33 Idem, pg. 14.
34 Ata da CMSB de 26/10/1925.
35 A primeira praça da cidade foi a Praça Prudente de Moraes, na Vila de Paranapiacaba, ainda de propriedade da Sao Paulo Railway, aberta em década de 1890. Em 1912, com a abertura da Vila Fláquer (atual parte da Vila Assunção), foi doada área no entorno da Igreja Matriz e na frente dela havia um largo, que foi urbanizado e denominado Largo da Matriz.

fieis.”36 Em poucos meses, conseguiu doação de material para o acabamento da parte superior, quando então foi ligada a luz elétrica e comprados 40 bancos e 3 sinos, da firma Angelo Angeli37;
1928 a Lei nº 268, de 15 de setembro (alterada pela Lei nº 277, de 12.04.1929) autorizou o Prefeito a “adquirir da Companhia Streiff de São Bernardo, pelo preço corrente, um terreno de área de 516,00m², na Praça do Carmo, e permutá-lo com outro de propriedade da Curia Metropolitana, na mesma praça e com área de 3.050,00m², sobras da área ocupada com o edifício da Igreja Nossa Senhora do Carmo, em redor desta, a fim de ser esta área permutada considerada de utilidade pública.”
final / 1928 ficaram prontas as duas sacristias. Começaram as obras das capelas laterais;
julho / 1929 inaugurada a Capela de Santa Terezinha, ofertada por Bernardino Queiroz dos Santos;
set / 1929 inaugurada a Capela Imaculada Conceição, ofertada por d. Paulina Isabel de Queiroz;
08.12.1929 realizada a primeira missa na Capela de Nossa Senhora de Lourdes, ofertada por Elvira de Lara Assumpção;
11.11.1929 inauguração da Casa Canônica. 38 O padre antes morava em uma casa alugada na Rua Cesário Mota nº 6, Centro, de propriedade de Bernardino Queiroz dos Santos.
A residência paroquial foi construída por Arduíno Novella e José Pessolo. O terreno foi permutado com a Prefeitura, que recebeu em troca o largo da Matriz, com a condição de “ter o mais alto respeito às funções religiosas e do embelezamento do mesmo largo”39
09.03.1930 inaugurada a Capela de Santo Antonio, ofertada pela família Gaiarsa; 1930 Dr. Charles Murray executou os trabalhos internos da Capela-Mor,
dirigido pelo Engº Sylvio Polacco40;
A firma Casali fez o mosaico do piso, a Zueca fez os “artísticos vitraux” e a Commerci fez a balaustra e o rodapé em mármore;
1931 iniciada a urbanização da Praça do Carmo;
11.03.1931 inauguração da Capela do Calvário, ofertada pelas “mães christãs”; 19.03.1931 inaugurada a Capela de São José e São Luiz, ofertada por José e Luiz
Martinelli com o “artístico altar do esculptor Garbarino”;
1933 concluída o piso da igreja e a colocação das grades de ferro nas janelas;
1946 os profissionais da área médica e farmácia doaram o mecanismo do relógio da torre, inaugurado no Natal desse ano;
1947 concluída a pavimentação da Praça;
1951 estavam sendo recolhidas doações para a decoração da igreja41; 08.07.1952 A Lei nº 702 concedeu uma subvenção para as obras da Igreja Matriz
“considerada monumento arquitetônico”;
1952 instituído um concurso que teve a participação de oito concorrentes nacionais e estrangeiros, tendo sido vencido pelos Irmãos Bastiglia42. As pinturas são consideradas como a maior obra decorativa do Brasil.
04.06.1953 finalização das obras de urbanização da Praça do Carmo e inaugurados os bustos em homenagem aos Padres Capra e Leonardo Nunes, colocados um de cada lado da igreja.



36 Idem, pg. 14.
37 A família Angeli iniciou sua tradição na arte de fazer sinos em meados do século XVIII na Itália. Em 1898, Angelo Angeli veio para o Brasil e fundou na capital a Fundição Artística Paulistana. Em 1938, seu filho Viscardo Arminio José Angeli assumiu a empresa em funcionamento até hoje.
38 A residência foi demolida recentemente para dar lugar a um edifício de vários andares.
39 Site da Catedral Nossa Senhora do Carmo (www.catedraldocarmo.org.br).
40 Mario Ettore Sylvio Polacco (1881 -? ) era italiano, engenheiro com empresa sediada em São Paulo. Fonte: Diário Oficial do Estado de São Paulo, 14.01.1936, pg.24.
41 Jornal Borda do Campo, nº 823, 08.04.1951.
42 Os irmãos Enrico (1905 – 1973) e Fernando (1913 – 2001) Bastiglia eram brasileiros e filho de pai italinao que veio ao país ainda jovem. Eles apresentaram um projeto de decoração onde aparece o nome de Rui Salgueiro como decorador.Os irmãos eram membros ativos da comunidade católica de São Paulo e decoraram diversas outras igrejas como a Santa Terezinha (Alto de Santana), Santa Ifigênia, Igreja do Calvário (Pinheiros), Nossa Senhora de Lourdes (Água Rasa), Santo Antônio (Pari), a matriz de Santo André e a Nossa Senhora de Assunção (Cordeirópolis).

30.11.1953 a Lei nº 846 deu um “auxílio extraordinário à Igreja Nossa Senhora do Carmo, de Santo André, considerada como monumento arquitetônico, para as despesas de pintura interna”;
1954 Os irmãos Eurico e Fernando Bastiglia, vencedores do concurso, fizeram a decoração das paredes, altares e a capela-mor, que ficou pronta parar as comemorações do IV Centenário da Vila de Santo André da Borda do Campo;
1957 conclusão da pintura interna da nave central e das paredes laterais; 22.08.1958 Consagração da Igreja;
1979 início das obras de remodelação da Área Central da cidade, com a criação de um calçadão nas ruas Cel. Oliveira Lima, Albuquerque Lins, Largo Embaixador Pedro de Toledo e Praça do Carmo. O projeto era de autoria do arquiteto Jorge Bonfim e previa, na praça, a construção de um teatro de arena, espelho d’água, sanitários públicos, esculturas e grande arborização. No centro do espelho d’água foi colocada a estátua da Minerva, um Monumento à Indústria;
1980 inauguração das obras;
1990 A Catedral passou por várias intervenções e restauros, entre estas, as realizadas por Mário Brandi, aluno de Fernando e indicado por este como restaurador de suas obras, e encontramos também a assinatura de Antonio Tavares Neto como restaurador em um dos painéis em 1990. Algumas dessas intervenções modificaram substancialmente os aspectos originais das pinturas.
No final dessa década, o comprometimento do telhado causou infiltrações abundantes danificando as pinturas, quando então o telhado foi trocado.
1992 a Praça do Carmo passou por outra reforma, sendo retirados os espelhos d’água, a estátua de Minerva43, os sanitários e foi incluída a área da baia de estacionamento na frente da Catedral;
2000 a Prefeitura fez outra remodelação da área. O projeto era de autoria do arquiteto Décio Tozzi, quando então foi trocado o piso de mosaico português por outro, assinado pelo artista plástico andreense Luiz Sacilotto; a concha acústica passou para o outro lado da Catedral; e, na esquina da Praça com a Rua Campos Sales, foi instalado um posto da polícia militar;
2004 início da restauração dos murais, a cargo da Croma Arquitetura e Restauro S/S Ltda., realizada pelas restauradoras Ana Clara Giannecchini, Laura Rita Facioli, Caroline Tonacci Costa e Elaine Bottion;
2008 início da demolição da Casa Canônica para construção do edifício da sede da Mitra Diocesana.

autor da obra: Engº Pounchon (e outros?)

homenagem: Nossa Senhora do Carmo é um dos muitos nomes dados à Maria, mãe de Jesus Cristo, comemorado em 16 de julho e está unido ao "símbolo do escapulário44", “entendido como veste Mariana, esse é de fato um ótimo símbolo da proteção da Mãe celeste enquanto sacramental, extrai o seu valor das orações da Igreja e da confiança e amor daqueles que o usam.”45
O culto remonta ao século XIII, quando, no monte Carmelo (Palestina) começou a formar-se um grupo de eremitas. Estes, querendo imitar o exemplo do profeta Elias, reuniram-se ao redor de uma fonte chamada "fonte de Elias", e iniciaram um estilo de vida que, mais tarde, se estenderia ao mundo todo. Devido ao lugar onde nasceu este grupo de ex-cruzados e eremitas foi chamado de "carmelitas". Nesse local foi construída uma capela dedicada à Nossa Senhora que, mais tarde, e pela mesma circunstância de lugar, seria chamada de "Nossa Senhora do Carmo" ou " Nossa Senhora do Carmelo".
Quando foram expulsos pelos sarracenos, no século XII, os monges foram para Europa, onde a devoção se espalhou, vindo para a América Latina quando os frades aqui vieram e hoje, é difícil encontrar uma diocese latino-americana que não tenha, pelo menos, uma igreja dedicada á ela.

proteção legal: Lei nº 846, de 30.11.1953, declara o bem como “monumento arquitetônico.”
43A estátua está hoje no jardim frontal do Museu de Santo André Dr. Octaviano Armando Gaiarsa.
44 A palavra escapulário vem do latim “escapula” e significa armadura, proteção.
45 Site da Diocese de Santo André.

Galeria

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