Bens culturais de natureza material
Centro Cívico de Santo André
Acessibilidade: Sim
Acessibilidade física:
Email Público: comdephaapasa@santoandre.sp.gov.br
Telefone Público: (11) 4436-3631
CEP: 09015-080
Logradouro: Praça Quarto Centenário
Número: 1
Complemento:
Bairro: Centro
Município: Santo André
Estado: SP
Endereço: Praça Quarto Centenário, , Centro, Santo André, undefined, SP, 09015-080
Descrição
O crescimento populacional e o visível desenvolvimento econômico ocorrido desde os anos 1930 deflagrou a necessidade de centralização dos serviços municipais. Para tanto foram realizados pelo menos três projetos para construção de um Paço Municipal em Santo André, sem, no entanto, nenhum deles ser realizado seja por falta de condições orçamentárias, desmembramento de áreas do município ou mesmo um lugar que pudesse expressar a importância deste espaço para o município.Havia um lugar, a Vila Maroca, sede da Chácara da família
Bastos que era bem localizado e grande o suficiente para a construção de um Paço Municipal de acordo com as aspirações dos políticos e empresários locais. Mas, era preciso desapropriá-lo, o que foi proposto em 1944. O processo levou alguns anos, mas em 1948 o terreno passou a ser de propriedade da Prefeitura de Santo André. Contudo, às vésperas do IV Centenário de fundação da Vila de Santo André da Borda do Campo havia a necessidade de um espaço em que fosse possível homenagear este momento e, ao mesmo tempo apresentar a pujança do município com uma feira industrial.
Este foi, então, o primeiro destino deste local. A Feira Industrial com seus estandes ocupou uma parte significativa do local da antiga sede da Chácara Bastos e outra área foi ocupada pela Praça IV Centenário, onde se instalou um monumento em homenagem a João Ramalho, oferecido pela colônia portuguesa, e um Relógio oferecido pela colônia japonesa.
Apenas em 1964 surgiua iniciativa de lançar um concurso para a construção de um Centro Cívico na Praça IV Centenário, que se deu em um momento fundamental para a consolidação do município no cenário econômico nacional. A ideia estava lastreada em um contexto de progresso, valorização e criação de um símbolo compatível com a visão de futuro que se pretendia para a cidade. Este Centro Cívico deveria transmitir a imagem de um poder público local de vanguarda e articulação entre os três poderes – executivo, legislativo e judiciário –, dialogando, de algum modo, com a arquitetura moderna expressa pela nova capital federal, Brasília, que acabava de ser inaugurada também em 1960.
O projeto vencedor do concurso foi o dos arquitetos Rino Levi, Roberto Cerqueira Cesar e Luis Roberto Carvalho Franco, com paisagismo de Roberto Burle Marx. A proposta apresentou uma concepção moderna de arquitetura, em que o Centro Cívico deveria ser um espaço monumental de convergência da população, algo como o coração de uma cidade inovadora e orgânica. Nesse sentido, a ideia central era a apropriação do espaço pela população em um espaço que deveria expressar um sentimento de orgulho dos munícipes.
A proposta abrangeu os edifícios do Poder Executivo, da Câmara Municipal e o Complexo Cultural. Entre as edificações foram projetadas amplas praças para propiciar o contato humano e os intercâmbios sociais e culturais. O edifício do Fórum, por ser de propriedade do Estado, não fez parte do programa do concurso de arquitetura organizado pela prefeitura, mas, posteriormente os arquitetos Jorge Bomfim, Nelson Batistucci, Roberto Monteiro e Walter Caprera, elaboraram uma proposta que considerou e se integrou ao conjunto do Centro Cívico de Santo André.
Do ponto de vista da linguagem arquitetônica, nota-se o traçado geométrico rigoroso, com predominância de ângulos sobre curvas, além do paisagismo de Burle Marx que expressava o diálogo entre natureza, ser humano e a obra arquitetônica. Seu desenho no calçamento em mosaico português foi replicado em ladrilho hidráulico que pavimentou diversas calçadas na área central da cidade, tornando-se um ícone de Santo André, tal como os pisos do mapa de São Paulo e as ondas de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Destaca-se também o conjunto de três painéis em concreto nas paredes do hall de entrada do teatro e a tapeçaria de cerca de 26 metros de comprimento feita em tear manual especificamente para o Salão Nobre do prédio do Executivo, ambos de autoria de Roberto Burle Marx. Além destes elementos, destaca-se o mobiliário modernista de Jorge Zalszupin, presente em diversos andares do Prédio do Executivo, da Câmara Municipal e no Teatro, alguns deles produzidos especificamente para este projeto.
Este complexo foi tombado por dois conselhos: em 2013, pelo CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo, e em outubro de 2016 pelo COMDEPHAAPASA – Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André. Os motivos são sua permanência na paisagem por mais de 50 anos; por ser um significativo exemplar do movimento da arquitetura moderna paulista, projetado por profissionais renomados internacionalmente; e por explicitar importante valor imaterial e simbólico para a comunidade.
FONTE: Bens Tombados e Registrados de Santo André – SP.
A publicação com as informações completas pode ser acessada através do link:
http://acesse.santoandre.br/BensTombadoseRegistradosSA
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