Bens culturais de natureza material
Villa Rosa
Email Público: comdephaapasa@santoandre.sp.gov.br
Telefone Público: (11) 4436-3631
CEP: 09040-010
Logradouro: Avenida Portugal
Número: 141
Complemento:
Bairro: Centro
Município: Santo André
Estado: SP
Endereço: Avenida Portugal, 141 , Centro, 09040-010, Santo André, SP
Descrição
A confluência da Avenida Portugal e Rua Bernardino de Campos, onde está localizada a Vila Rosa, compõe um caminho originalmente denominado Avenida Municipal. Este ligava a Estação ferroviária a outros bairros da cidade, sentido Vila Bastos e Jardim Bela Vista. Sua abertura foi um marco para a ampliação do núcleo urbano desde os anos 1920, que até então se organizava nos arredores da Estação, com comércios, serviços e moradias.Um dos mais antigos moradores da região era o Senador José Luiz Fláquer, importante político e médico local, que tinha vastas terras que iam das proximidades da Estação até o local que depois viria a ser a Vila Bastos. Sua residência ficava na esquina das ruas Bernardino de Campos com Campos Salles e desde o final do século XIX o Senador começou a comercializar parte de suas terras, dando espaço para diversas chácaras de veraneio. Estas eram propriedades de políticos e comerciantes influentes de Santos, São Paulo e Rio de Janeiro que vinham em busca do ar puro e tranquilidade, bem como, em alguns casos, reserva de terras que poderiam ser loteadas em um momento oportuno.
As sedes dessas chácaras eram muitas vezes denominadas Vilas, casas espaçosas com muros e cercas baixas, jardins e áreas de árvores nativas, eucaliptos e pinheiros. Por seu tamanho e localização no lote destoavam bastante de boa parte das residências do centro, geralmente pequenas casas geminadas construídas no alinhamento das ruas e alugadas a operários que vinham tentar a vida no município.
Uma das chácaras de veraneio era a Chácara Bastos, de José Cesário da Silva Bastos, político influente em São Paulo, que nos anos 1920 loteou boa parte de suas terras, conformando a Vila Bastos. Mas, manteve a sede da chácara – Vila Maroca – que foi demolida para dar lugar à Praça IV Centenário. Outras chácaras se destacavam, ligadas a um núcleo familiar de origem inglesa, Família Murray e Simonsen, que eram comerciantes de café e banqueiros, moradores de Santos e Rio de Janeiro. Foi o caso da Vila Mary de Haroldo Murray, atual Tênis Clube de Santo André, a Chácara Bom Repouso da Família Suplicy, na atual Escola Estadual Dr. Américo Brasiliense e os Correios, e a Vila Mimosa de Charles Murray, que mantém sua edificação principal como sede do clube Primeiro de Maio F.C.
Nos anos 1930 e 1940, o crescimento de Santo André trouxe novos moradores e com eles a necessidade de construção de novas residências. Era a oportunidade para diversos imigrantes que muitas vezes já possuíam o ofício de construtor na sua terra de origem. Um destes foi Angelo Vezzá, cuja família chegou a Santo André nos anos 1920. Em 1935 recebeu o título de construtor do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura.
Dentre as diversas residências, construiu a sua própria moradia nos anos 1930, em um lote próximo à Vila Mimosa, Vila Mary e Chácara Bom Repouso, na Avenida Portugal. Denominou-a de Villa Rosa, em homenagem ao nome de sua filha e de sua mãe, e diferentemente das casas do entorno que eram utilizadas sazonalmente, sua residência se constituiu em exemplo do modo de viver daquele período, com sua edificação térrea, jardim na área frontal, pomar e horta nos fundos do lote. Ali a família morou até meados dos anos 2000, quando foi comercializada para a construção de um edifício em parte do lote.
Parte da edificação principal foi conservada pelos novos proprietários e foi tombada pelo COMDEPHAAPASA – Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André em novembro de 2008. Sua valorização como patrimônio cultural protegido se deve à sua permanência secular na paisagem apesar de todas as transformações do entorno; por se caracterizar como registro de um modo de viver em casas térreas sobre porões com a distribuição interna que guarda relação à construção original; decoração das fachadas com elementos em estuque, recuo e jardim frontal sendo que esses acentuavam a valorização da frente da casa em detrimento dos fundos do lote. Essa forma de implantação guardava sinais que remetiam às antigas chácaras rurais. A edificaçãotambém espelha forma de viver que praticamente não existe mais na área central de Santo André e, além disso, representa um grupo social – os imigrantes italianos – e uma atividade laboral típica das primeiras décadas do século XX em que os construtores, apesar de muitas vezes não deter o diploma, tinham conhecimento técnico e experiência para exercer esta atividade que os fizeram reconhecidos dentre os moradores do município.
FONTE: Bens Tombados e Registrados de Santo André – SP.
A publicação com as informações completas pode ser acessada através do link:
http://acesse.santoandre.br/BensTombadoseRegistradosSA
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