Descrição curta

Vila de apoio às atividades ferroviárias do Sistema Funicular - Serra do Mar. Em 1974 o papel ferroviário em Paranapiacaba declinou-se com início do sistema cremalheira. Com a extinção da RFFSA, a Parte Baixa foi adquirida em 2001 pela Prefeitura.

Email Público: comdephaapasa@santoandre.sp.gov.br

Telefone Público: (11) 4436-3631

CEP:

Logradouro: Final Rodovia Deputado Antonio Adib Chammas, SP-122, Paranapiacaba

Número:

Complemento:

Bairro: Paranapiacaba

Município: Santo André

Estado: SP

Endereço:

Descrição

Paranapiacaba é uma vila ferroviária que se organizou nos meados do século XIX a partir da construção da ferrovia, eixo de ligação entre o porto de Santos a Jundiaí. A construção da primeira linha ferroviária iniciou-se em 1860 e foi inaugurada em 1867. Este era o momento em que a produção agrícola de São Paulo crescia, especialmente com o café, produto altamente apreciado na Europa, traduzindo-se em excelentes lucros para os cafeicultores. Contudo, havia um gargalo: a logística de transporte e exportação. O transporte ainda era feito por meio de tropas de muares, condição muito difícil, especialmente na descida da Serra do Mar. Uma linha ferroviária seria uma forma de melhorar esta questão.

A obra não foi fácil, especialmente na Serra do Mar, muito íngreme e com solo sujeito a desabamentos. Este foi o último pedaço a ser finalizado. E, diante da tecnologia utilizada para vencer o desnível do litoral ao planalto – os Planos Inclinados da Serra – foi necessário manter trabalhadores no Alto da Serra que se dedicassem a conservação e manejo dos trens para descida e subida que era feita por meio de patamares. Com esta necessidade estabeleceu-se uma primeira ocupação bastante simples na Parte Baixa, em área conhecida como Varanda Velha. Paralelamente a esta ocupação, o alto do morro que se encontrava do outro lado da linha ferroviária passou a ser ocupado por pequenos comércios que serviam aos trabalhadores. Em 1884, foi lançada neste espaço, denominado Parte Alta ou Morro da Capela,a pedra fundamental da Capela de Senhor Bom Jesus, fundamental para os serviços religiosos da comunidade que crescia rapidamente.

O aumento das necessidades de transporte levou à duplicação da linha ferroviária, com obras que se iniciaram em 1896, destacando-se, no caso da descida da Serra do Mar, a instalação de um novo sistema que passou a correr paralelo ao anterior e era denominado Novos Planos Inclinados da Serra. Com este novo sistema, a quantidade de trabalhadores foi ampliada, não sendo mais possível manter uma vila nas condições anteriores à duplicação. Com isso, foi projetada a Vila Martin Smith, na Parte Baixa, com um traçado de arruamento planejado, residências construídas em madeira em sistema pré-fabricado, tipologias diferenciadas a depender da hierarquia funcional dos trabalhadores, dotadas de água encanada e esgoto, ruas arborizadas e espaços de lazer, esporte e cultura. A intenção ali era perenizar o núcleo urbano em condições que se pudesse realizar o trabalho ferroviário.

A construção e exploração da via férrea foi concedida à São Paulo Railway por 90 anos e foi encampada pelo governo federal em 1946. A partir de então, iniciou-se um período de reformulação do transporte ferroviário, com eletrificação do sistema em 1959. Paranapiacaba, por sua vez, passou por um período de ampliação de edificações, então em alvenaria. Contudo, a mais importante mudança ocorreu em 1974 com a instalação do sistema cremalheira aderência no sistema de transporte pela Serra do Mar. Com esta inovação não eram mais necessários tantos trabalhadores e com isso Paranapiacaba perdeu seu papel fundamental no controle do tráfego serrano.

O espaço foi sendo esquecido com menor manutenção das residências e equipamentos, tanto que nos anos 1980 alguns ex-funcionários, arquitetos, moradores e funcionários públicos interessados no patrimônio cultural criaram o Movimento Pró-Paranapiacaba, visando cobrar a salvaguarda de Paranapiacaba. Esta movimentação da sociedade culminou no tombamento da vila e seu entorno pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo, CONDEPHAAT, em 1987.

Um fato novo no começo do século XXI foi a liquidação da Rede Ferroviária Federal que era quem detinha a propriedade da vila e, desde então, a linha férrea foi concedida para a iniciativa privada. Paranapiacaba, que não tinha interesse para a empresa concessionária foi adquirida pela Prefeitura de Santo André em 21.01.2002. Desde então, tem sido o poder público municipal aquele que estabelece políticas públicas para a conservação e uso deste sítio histórico.

Em anos mais recentes, em setembro de 2002 Paranapiacaba foi tombada pelo COMDEPHAAPASA – Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André e em 2008 foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Cada um dos tombamentos tem diferenças entre si, mas, no caso do tombamento municipal este valoriza a importância do núcleo urbano que concentra a Parte Alta ou Morro da Capela, Varanda Velha e Vila Martin Smith, a área do pátio ferroviário até a divisa com Cubatão e a linha férrea e faixa de domínio da ferrovia até as divisas com Rio Grande da Serra. Também é tombada a área natural da Serra do Mar até a divisa com Mogi das Cruzes e Santos, que abrange o Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba.

FONTE: Bens Tombados e Registrados de Santo André – SP.

A publicação com as informações completas pode ser acessada através do link:
http://acesse.santoandre.br/BensTombadoseRegistradosSA

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