Bens culturais de natureza material

Empório e Restaurante Turim - Família Binello / Imóvel localizado na Av. Dom Pedro II com Rua das Esmeraldas (D´Bréscia)

Descrição curta

Edificação assobradada remanescente do loteamento dos bairros Jardim, Campestre e Santa Maria implantado pelos irmãos Pujol nos anos 1920. O uso do térreo como restaurante vem sendo mantido desde a sua fundação, ainda que a propriedade tenha mudado.

Email Público: comdephaapasa@santoandre.sp.gov.br

Telefone Público: (11) 4436-3631

CEP: 09090-400

Logradouro: Avenida Dom Pedro II

Número: 444

Complemento: Restaurante D´Brescia

Bairro: Bairro Jardim

Município: Santo André

Estado: SP

Endereço: Avenida Dom Pedro II, 444, Restaurante D´Brescia, Bairro Jardim, 09090-400, Santo André, SP

Descrição

Este imóvel é um dos poucos remanescentes do Jardim Piratininga, um dos primeiros bairros da cidade, em terras de propriedade dos irmãos Hippolyto e Ernesto Pujol, que em 1921 iniciaram o loteamento por meio da Empreza Immobiliaria São Bernardo - IESB. A relação entre a edificação e sua localização nos ajuda a refletir sobre como se deu a urbanização de Santo André no início do século XX, para além da porção central do município.

Porém, antes deste momento, a região já era ocupada por uma atividade pouco conhecida e que retoma a faceta agrária de Santo André. Parte das terras do loteamento dos Pujol pertencia ao Sítio Beliche, de propriedade de Frederico Guilherme de Albuquerque, que provavelmente desde 1880 produzia e aclimatava plantas e animais nessa região com vistas à comercialização – especialmente parreiras de uva e árvores ornamentais – sementes trazidas de outras localidades para produção e comercialização em larga escala. O lugar era estratégico, próximo à linha férrea o que facilitava o comércio não só regional, mas para outras localidades do país. Em 1891, o Sítio foi adquirido pelo comerciante e investidor de terras Abílio Soares que diversificou e ampliou a produção de grãos, cereais e leguminosas. Um pouco antes de sua morte, em 1919, as terras foram trocadas por uma vasta área em Cumbica, Guarulhos, e, mais tarde, com o loteamento do bairro a sede do antigo Sítio Beliche foi adquirida por Luiz Monteiro de Carvalho que ali instalou a Chácara São Luiz.

O loteamento Jardim Piratininga era composto pelos bairros Jardim, Campestre, Industrial, Operário, Utinga, Santa Maria e Saúde. Neste conjunto previam-se setores para habitação burguesa, proletária e um bairro industrial. Esse empreendimento margeava a estrada de ferro São Paulo Railway desde a estação ferroviária em Santo André até as proximidades da estação ferroviária em São Caetano. Implantaram-se em toda a área duas linhas de bondes que conectavam as estações ferroviárias de Santo André e São Caetano às áreas mais distantes do loteamento. Inovava-se, assim, o serviço de transportes urbanos para passageiros que, até então, era realizado por animais de carga. Contribuía-se com a expansão urbana e consolidação do eixo Santo André – São Paulo.

Do começo do século XX até os dias atuais o bairro Jardim em que se localiza o imóvel passou por muitas transformações com o adensamento populacional e transformação para área de serviços de comércio. Neste contexto, esta edificação é um dos poucos exemplares que ainda resistem às modificações da paisagem do bairro. Apesar de ter passado por alterações externas e internas, ainda conserva características físicas essenciais, possuindo traços arquitetônicos semelhantes a alguns projetos de residências assinados por Hippolyto Gustavo Pujol, como o jogo de telhados, beirais sustentados por consolo de madeira, a utilização de estruturas de madeira de enxaimel decorativas e janelas retangulares verticais. Além disso, manteve desde o início a atividade de serviço de restaurante, acrescida, originalmente, de um empório de secos e molhados que atendia a população que se fixava no loteamento.

O edifício foi tombado em novembro de 2010 como patrimônio cultural da cidade pelo COMDEPHAAPASA – Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André. Sua valorização como patrimônio cultural protegido se deve à sua permanência na paisagem, manutenção da atividade comercial e de serviços por quase um século, pela conservação de atributos da arquitetura original e tipologia de uso do início do século XX, por ser testemunho da implantação de um empreendimento inovador para a década de 1920 na região do ABC, configurado em loteamentos inspirados nas diretrizes de cidade-jardins.

FONTE: Bens Tombados e Registrados de Santo André – SP.

A publicação com as informações completas pode ser acessada através do link:
http://acesse.santoandre.br/BensTombadoseRegistradosSA

As demais publicações da Secretaria de Cultura você pode acessar através do link abaixo:
http://acesse.santoandre.br/PublicacoesSecultSA

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