Bens culturais de natureza material

Casa de Culto Dâmbala Kuere-Rho Bessein

Descrição curta

Templo de culto afrodescendente da Nação Jeje-Mahido grupo étnico Ewe/Fon, instalado em Santo André há cerca de 40 anos. Em 12.12.2008 foi homologado o Registro da Casa de Culto DâmbalaKuere-RhoBessein, pertencente a esse culto.

Email Público: comdephaapasa@santoandre.sp.gov.br

Telefone Público: (11) 4436-3631

CEP: 09172-070

Logradouro: Avenida dos Amoritas

Número: 629

Complemento: Praça União das Religiões

Bairro: Jardim do estádio

Município: Santo André

Estado: SP

Endereço: Avenida dos Amoritas, 629, Praça União das Religiões, Jardim do estádio, 09172-070, Santo André, SP

Descrição

Este bem cultural possui duas formas de valorização enquanto patrimônio cultural. Além de ser um bem tombado, a manifestação cultural associada a esta religiosidade está registrada, pois este bem cultural contribui para revelar a diversidade de Santo André. O culto do grupo Jeje Mahin consiste em manifestações religiosas que carregam em si importante referência para a valorização da cultura afrodescendente, uma vez que a manutenção dessas práticas representa a resistência ao sistema escravagista e à discriminação contra grupos sociais e seus modos de vida que deram forma à sociedade brasileira.

Entre os cultos africanos que se estabeleceram ao longo do tempo no Brasil estão os cultos aos inkices, aos orixás e aos voduns que apesar de terem distinções entre si, são em geral identificados como vertentes do candomblé. É importante destacar que ao longo do tempo foi sendo construída uma ideia pejorativa em torno da prática dos voduns como algo relacionado à prática de alfinetar bonecos para fazer mal aos desafetos. Entretanto, um olhar mais cuidadoso sobre essa manifestação religiosa mostra que não é deste o caso da manifestação que ocorre nas casas de culto jeje mahin no Brasil.

A origem deste culto religioso se deu na África Ocidental, atual região do Benin e Tongo, professada pelo povo Jeje, que eram associados ao grupo linguístico Ewé-Fon. Seu sistema de crenças se lastreia na tradição religiosa animista que cultua divindades e ancestrais. Essas divindades conhecidas como Voduns, são organizadas por famílias e possuem uma organização complexa, com vários nomes e apelidos. Apesar de para os não iniciados não ser muito fácil de compreender essa manifestação religiosa, sua preservação nos dá oportunidade de ter um olhar para a história dos povos africanos, muito mais ampla do que comumente é conhecida. Muito dessa riqueza cultural é hoje testemunhada por meio dessas práticas religiosas e formas de se organizar no espaço.

Os rituais do culto Jeje variam conforme cada Casa de Culto, mas de modo geral o processo de iniciação é longo e a transmissão das informações dos conhecimentos sagrados é feita de forma oral. No que diz respeito aos serviços da Casa existe uma hierarquia de funcionamento que se distribuem entre pai/mãe de santo, zeladores do altar sagrado, tocadores de instrumentos entre outros. A dança é um componente importante no culto e é cadenciada sob o ritmo de tambores tocados com uma vareta de madeira e cânticos invocativos aos voduns.

Em Santo André a Casa de Culto é denominada Dâmbala Kuere-Rho Bessein, onde acontece o culto da Nação Jeje Mahin. Estabelecida desde 1971, é possivelmente uma das mais antigas e perenes casas de culto de matriz africana de Santo André, localizada na região sul da área urbana do município. Trata-se de uma antiga edificação que foi adaptada para ser casa de culto afro-brasileiro, onde é percebida uma série de informações peculiares desta manifestação religiosa na distribuição de ambientes, ou seja, nos diversos quartos de iniciação, assentamentos, sacramentos e terreiro para culto. Além da própria edificação são conservados objetos e pinturas que fazem parte e que dão suporte aos ritos e práticas.

A fachada da casa possui conformação semelhante a outras casas de cultos existentes na África, a calçada é constituída por dois canteiros, um em cada lado da porta de entrada; neles se cultivam plantas para serventia do culto religioso bem como troncos usados como suporte dos caldeirões de ferro utilizado durante as festas de rua. A pequena praça defronte da edificação também é outro elemento físico que dá suporte à manifestação religiosa, onde também se cultiva plantas a serem utilizadas no culto. O imóvel todo foi pintado nas cores azul e branco. O azul representa a escuridão e o branco a claridade, remetendo a noite e o dia. Essas cores são utilizadas tanto na África como em Cuba e Haiti.

Esta Casa de Culto foi tombado pelo COMDEPHAAPASA – Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André em agosto de 2007 e pelo CONDEPHAT em 2019. Sua valorização como patrimônio cultural protegido incidiu sobre a edificação em razão de sua permanência na cidade, abrigando práticas do culto afro-brasileiro, e por ser uma das poucas da tradição Jeje Mahin no Estado de São Paulo.

O culto afrodescendente da Nação Jeje Mahin na Casa de culto Dâmbala Kuere-Rho Bessein foi registrado pelo COMDEPHAAPASA – Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André em dezembro de 2008.

FONTE: Bens Tombados e Registrados de Santo André – SP.

A publicação com as informações completas pode ser acessada através do link:
http://acesse.santoandre.br/BensTombadoseRegistradosSA

As demais publicações da Secretaria de Cultura você pode acessar através do link abaixo:
http://acesse.santoandre.br/PublicacoesSecultSA

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