Bens culturais de natureza material
Estação de Tratamento de Água Guarará
Email Público: comdephaapasa@santoandre.sp.gov.br
Telefone Público: (11) 4436-3631
CEP: 09172-420
Logradouro: Rua Paulo Novais
Número: s/n
Complemento: Esquina com a Rua Laudelino Freire
Bairro: Vila Vitória
Município: Santo André
Estado: SP
Endereço: Rua Paulo Novais, s/n, Esquina com a Rua Laudelino Freire, Vila Vitória, 09172-420, Santo André, SP
Descrição
A organização de um sistema de água e esgoto em áreas centrais de Santo André tem pouco mais de um século. Antes disso, as pessoas faziam uso de poços particulares, chafarizes e torneiras públicas para captação de água.A deposição do esgoto era precária, feita por meio de fossas particulares e não em rede sanitária. Em 1912, com o incremento populacional e a presença de diversas doenças infectocontagiosas, os administradores municipais criaram o Serviço de Água e Esgotos, mas a primeira etapa dos trabalhos foi concluída apenas em 1915.A água era captada no ribeirão Guarará e de uma pequena represa a água in natura era bombeada para uma caixa de alvenaria e de lá para um reservatório que distribuía para as residências. Ou seja, praticamente não havia tratamento da água. O esgotamento sanitário, por sua vez, continuava a ser realizado com fossa, e apenas poucas ruas contavam com rede que encaminhava o esgoto para rios não utilizados na captação de água.
A ampliação do núcleo urbano levou a que novos estudos fossem realizadosem 1937 para toda a região do ABC. Estes demonstraram que para o atendimento da população seria necessário captar e tratar água da Represa Billings. Contudo, a proposta era cara e foi abandonada provisoriamente. Como alternativa à necessidade premente de água foi realizado convênio em 1942 com o governo do Estado de São Paulo para que fosse construída uma sangria de água da recém construída Adutora Rio Claro que abastecia o município de São Paulo. Com os 10 milhões de litros/dia seria possível abastecer Santo André, São Bernardo e São Caetano.
Santo André, contudo, mantinha a captação local. E, com vistas a melhorar a qualidade da água, uma das reclamações da população, inaugurou em 1943 novas instalações de um complexo composto da Estação de Tratamento de Água Guarará, que captava e tratava água dos ribeirões Guarará e Pedroso e encaminhava esta água para o reservatório Guarará. Foram criados outros reservatórios na Vila Dora, Paraíso e Gonzaga que serviam de apoio ao Sistema Rio Claro, além de receberem a água tratada da ETA Guarará. Dos reservatórios a água era distribuída para residências, comércios, hospitais, indústrias, entre outras instituições.
A ETA Guarará foi projetada pelos engenheiros Francisco Azevedo e Palma Travassos com elementos característicos da arquitetura Neocolonial luso-brasileira em sua fachada. Foi uma das primeiras implantações de estações compactas de tratamento de água no Brasil. E seu projeto original apresentava um modelo tecnológico até hoje utilizado tanto em estações compactas quanto em estações de grande porte. Era composta por tanque de decantação, tanque de chincanas, área de filtragem, sala de bombas, laboratório de ensaios químicos, sala de dosagem e depósito.
No entanto, a falta d’água perdurava o que levou à modernização da ETA Guarará em 1954, ampliando a captação e purificação de litros diários. Apesar destes melhoramentos, esta captação ainda não era suficiente para toda a população. Foram, então, realizados convênios com a Sabesp e em 1958 iniciou-se a captação de água no lado direito da Represa Billings, deixando-se de captar água na adutora Rio Claro. Em 1969 foi criado o SEMASA – Serviço Municipal de Água e Saneamento de Santo André, ampliando-se o serviço de saneamento do município. Recentemente, em 2019, este serviço passou a ser de responsabilidade da Sabesp, sendo o abastecimento de água realizado pelo Sistema Rio Claro /Alto Tietê e Rio Grande/Billings. Com isso, o sistema de captação e tratamento de água junto à ETA Guarará foi desativado.
O Sistema de Tratamento de Água Guarará congrega importante valor como patrimônio cultural, sendo, inclusive, referência estadual. Deste modo, em maio de 1999, foi tombado como patrimônio cultural da cidade pelo COMDEPHAAPASA – Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André, a partir de solicitação da sociedade civil, interessada na preservação desse mecanismo de captação de água para Santo André. Também são valores inerentes a este patrimônio cultural o fato de ser um marco de permanência na paisagem, por seu papel no processo de estruturação e desenvolvimento socioeconômico de Santo André, por manter elementos da arquitetura Neocolonial luso-brasileira exemplificados em sua fachada e por sua inserção nos programas de educação ambiental que desde 1998 recebem alunos, professores e pesquisadores com vistas a conhecerem o funcionamento de um sistema compacto de tratamento de água.
FONTE: Bens Tombados e Registrados de Santo André – SP.
A publicação com as informações completas pode ser acessada através do link:
http://acesse.santoandre.br/BensTombadoseRegistradosSA
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